Contudo, objetivo do artigo, é analisar a vitória de Déi de Regina.
Tentamos com DuBode em 2012 e “não conseguimos”, e em 2016, Amauri Leão foi o nosso candidato e mais uma vez “perdemos”, todavia, não desistimos e nem culpamos o povo –nos preitos anteriores pessoas atuaram para que Ibitupã não tivesse um representante, e nesta eleição, não foi diferente.
Quando em diversas oportunidades pude falar sobre o tema, dizia eu, que nossas derrotas eram vitórias e pode-se verificar que não era retórica, pois, de fato a cada eleição os candidatos dos Voluntários da Reforma são os mais votados. Persistíamos: Estamos no caminho certo e o povo sábio de Ibitupã saberá a hora certa. E esta hora – chegou!
Mas as derrotas dos pleitos anteriores tornaram-se vitórias porque tiramos consequências políticas positivas. Quem pensaria em ser candidato sendo de família humilde, afrodescendente, seus recursos financeiros e bens materiais? E nesta campanha isso se tornou realidade! Por diversas vezes falei da importância de ter essas candidaturas como democrata que sou, contudo, alertava para votos em candidatos forasteiros e aventureiros e também em votar em candidaturas viáveis.
Já se bradava em grupos sociais que seríamos tricampeões de derrotas, mas não ficamos cabisbaixos, com altivez defendíamos o nome de Déi, pois, sua candidatura, e agora, a sua eleição trazer uma simbologia: pobre, negro e com ensino médio incompleto. Os nossos adversários usavam de fakes, difamações e calunias – era em vão – sabíamos da honestidade do nosso candidato.
As indagações que gritam: O que te levou a não votar em Adeilson Sousa? De quais argumentos você utilizou para não Elegê-lo? Aqui vão alguns. O primeiro, – Déi não tinha instrução. Este argumento cai por terra quando verifica que o mesmo tem ensino médio incompleto, ou seja, não era diferente do candidato a prefeito pela oposição Rone Morais e das maiorias dos candidatos a vereador; O segundo, – Déi é esperto. Quem tem tino comercial é digo de elogios, nesta eleição, foi usado como um termo pejorativo.
Ressaltando que não estou aqui falando daqueles votos de gratidão.
No dia da Consciência Negra é importante tocar na eleição de Déi de Regina, pois, boa parte das pessoas “instruídas” mesmo que inconsciente deixou transparecer o racismo. Onde é o lugar de afrodescendente? E de pobre? E de pessoas sem instrução? Diga-me você eleitor de torcida!? Pois, lhe digo com todas as palavras: – Na Câmara Municipal de Ibicuí! Nos espaços de decisão e de poder.
Se Déi não teve uma escolarização, isso é consequência de uma educação oferecida por estes governantes da elite. Déi é vitima!
A luta continua! Obrigado a todos os eleitores que participaram deste movimento democrático no domingo, inclusive, os que votaram contra ao nosso projeto. Ao projeto do povo e de Déi. Seguimos alegre com a vitória e com o senso de responsabilidade cada vez mais latente para atender os munícipes.
De alma lavada. Vejo que uma candidatura popular foi vencedora! Por isso, acredito sempre na sabedoria do povo – pois o poder emana do povão – e de igual modo creio na democracia.
Aos guerreiros e guerreiras que apoiaram, torceram e votaram em Déi, nosso muito obrigado! E passado isso tudo, sabe o que ficou evidente? Déi de Regina não foi vítima de rejeição, Déi foi vítima do racismo estrutural que assola o nosso Brasil.
[1] Graduando em Pedagogia pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) e Pós-graduando em Psicopedagogia pela Faculdade Venda Nova do Imigrante (FAVENI).
Fonte: Ibitupã News.
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